sábado, outubro 27, 2007

Vale, vale tudo...

"O vento aprende, ensina mil canções (...)" Tim Maia

Eita porra, 'pede pra sair' vai... 'quem manda nessa porra sou eu'!
E ao som de Tim Maia eu escrevo, num sábado à noite (madrugada), mas poderia ser qualquer outro dia. O que faz um dia ser mais importante que o outro? Por que o sábado é o dia da balada, e não a terça, a quarta ou a quinta-feira? Muito bizarro isso. Quem teria sido o ser conceituador do dia sábado como sinônimo de balada, festa, noitada?
A Brama bem vem tentando mudar isso, utilizando a campanha Zeca-feira (que ridículo!) para talvez tirar o estereótipo de só sábado ser dia de qualquer coisa divertida. Mas não adianta muito, ao meu ver, nada mudou. Afinal, 'todo mundo espera alguma coisa de um sábado à noite'...

E quando ela ouve Bon Jovi...

Pode ter certeza que há algo a ser relembrado. Ouvir Bon Jovi pra mim é remeter-me a um tempo que não volta mais, a um momento mágico só meu, que existe só na minha mente. É uma nostalgia programada, essa naftalina auditiva. O Bon Jovi não está sozinho. Na minha mente eclética, ele vem acompanhado de outrens.

E quando ela ouve Legião...

Ela chora, e não sabe por que. Claro que ela sabe o porquê. Choro porque a música me toca fundo, e ai, a nostalgia se torna dolorosa; ela machuca, quase me faz mal. Mas um mal necessário. Um mal que leva à saudade, que no fim, é um sentimento bom, afinal só se sente saudade de algo bom, de algo agradável.

E quando ela ouve tudo isso...

Ela não tem o que fazer, está perdida no ócio, no tédio. Quando a nostalgia toma conta, só é possível quando resultada de momentos infinitamentes fúteis e desocupados do ser. Só é possível parar para pensar (e lembrar) se a mente (e a vida) não estiver ocupada o bastante para se sentir vazia.

E mente vazia, só pode ser...

Oficina do 'capiroto'. Ambiente do 'esquerdo'. Albergue daquele que é considerado duvidoso. O vazio nada pode trazer de bom. E de nada adianta a matéria, o corpo. Com isso, remeto-me ao reality show Brazil's Next Top Model (seriado brazuca adaptado, versionado, ou algo do tipo, da séria quase homônima American's Next Top Model). Lindas meninas, porém, quase vazias de sentido, de vibrações, de vida... quase porta-retratos. Os jurados não ficam atrás: vazios de espelhos, de sensibilidade, de visão abrangente. E a pergunta, enquanto era assistido o programa, ecoava alto: como selecionar uma top model que não há nada a apresentar?

E o que é importante ser apresentado?

Como top model? Não, como ser humano. O que é importante ser mostrado, ser refletido, ser exposto, ser evidenciado, ser gritado? Sua personalidade, sua vida. O que você é de fato, e isso não significa chocar a sociedade (embora esta seja muito interessante). Descobrir o que é importante para si, por dentro e por fora, sem média. Isso sim é importante.

Tomo guaraná, suco de caju, goiabada para sobremesa...

E o Tim e suas canções tomam conta da mente que antes não era vazia, porém, não continha nada que pudesse ser aproveitado. E onde está a média? Não há nada igual, nada igual a ser sincero, consigo e com os outros. E o sábado é sincero, dizendo: ok, hoje é o dia de se jogar, porque amanhã você não trabalha, não levanta cedo, não tem responsabilidades... você pode ser livre.

Você pode ser livre...

Pelo menos um dia na semana. Todos os dias, se assim quiser. O sábado foi escolhido pela geral. A Lost brasileira te dá a chance de ser livre apenas se você quiser ir para barzinhos (botecos, em geral). Ou então é possível curtir um 'putz-putz', na companhia de fraldas, chupetas e choros de bebês. Há pouco mais de 2 meses, a ilha oferece a chance de curtir um rock, ou seus derivados...

Suave é a noite, e é à noite que eu saio...

O Pub Rock Beer oferece aos perdidos da Lost brasileira a chance de ouvir um som diferenciado no sábado de todos os santos (que de santos não tem nem o sobrenome). Lá é o único local onde será possível se divertir com a banda e com o 'bartender'. E olha que ele nem é mágico, daqueles que faz firulas (muito boas por sinal) com as garrafas. Sua personalidade é o diferenciador em potencial. Lá também é possível encontrar pessoas diferentes.

Mas não tão diferentes...

Daquelas encontradas no Lado B, bar alternativo com funcionamento nas sextas-feiras (nem todas), proporcionando música boa (nem sempre) e ambiente agradável. O rock voltou a ter espaço nas baladas ilhadas de Araçatuba, e o fim de semana não mais começa na sexta.

E toda quinta-feira...

É possível sair sem pressa pra voltar e encontrar um outro público no Barril, bar que provavelmente já recebeu 'terrinha de cemitério', porém, conseguiu dar a volta por cima. O Barril, assim como o Lado B, oferecem o ótimo serviço de entrada gratuita para as senhoritas araçatubenses.

Com isso...

Todos ficam felizes, mulheres gastando menos e homens conferindo qual é a das tais mulheres. Todos saem ganhando (será?), e todos saem felizes. Vozes gritam: Ei, Pub, mulheres free!!!

I wanna be free...

Para sair a hora que quiser, sem ficar triste por estar sozinha. Para ter amigos que não brigam por coisas pequenas. Para beber sem ser julgada. Para beijar sem ser compromissada. Para rir sem ser pressionada. Para pensar sem ser questionada.

E...

Para te ajudar se você precisar, basta me dar um sinal de fumaça.


Desentediando o tédio ao som de: Vale Tudo - Tim Maia




*** Lar é onde o meu coração está!!! ***

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