terça-feira, maio 15, 2018

Sobre o pior dia da minha vida

Há tempos que escrevo cada vez mais esporadicamente aqui no meu cantinho. Mas pelo menos, cada vez que voltava, eu até que estava diferente mas a vida parecia a mesma. A última vez em que passei por aqui foi em janeiro do ano passado (2017). Ao voltar sinto um frio na barriga pelo que vou escrever porque ainda custo acreditar. Estou voltando a escrever aqui pra tentar colocar pra fora alguma coisa que diminua a perturbação que está sendo ter perdido a minha mãe.
Desde sábado (12), dia seguinte ao seu falecimento tudo está estranho. A impressão que eu tenho é que tudo caminha menos eu. Sinto-me em rotação lenta. Tento não parar pra pensar pra ver se ando como a vida está andando mas não adianta. Minha mente não acompanha. Ainda não consigo interpretar o que estou sentindo. Poderia dizer que é um vazio mas eu sinto algo. Poderia dizer que é saudade mas eu ainda não acredito que ela foi embora. Então é tudo confuso. Desde ontem tenho lido sobre luto e coisas afins mas não me identifico com nada. Não sei se estou em luto. Acho que não deu tempo. A vida, aquela que minha mãe perdeu, não me dá tempo. Não me dá tempo de processar nada porque ela, a vida não para mesmo. Ao menos para a minha mãe que aparentemente parou. Continuo repetindo, é confuso. Tanto que estou escrevendo sem pensar duas vezes porque tudo o que está saindo do teclado sai sem filtro, sai sem nexo, sai sem freio. Pretendo escrever mais pra quem sabe entender algo. Pra quem sabe entender o que eu sinto se é que sinto. Pretendo escrever pra colocar pra fora porque até o exato momento ainda não consegui falar com sinceridade pra ninguém a respeito do que estou sentindo. A vida, aquela que minha mãe perdeu, também não me deu essa oportunidade ainda. Por enquanto eu tenho que ser forte. É só o que eu ouço. Parece que é o que tenho que ser. A vida segue já eu não sei.

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